Façanha foi realizada em São Paulo,
pelo padre Roberto Landell de Moura
O dia 16 de julho é uma data
histórica para as telecomunicações e, particularmente, para o rádio, o veículo
mais popular e de maior penetração em todo o planeta. A maioria das pessoas
desconhece que há exatamente 116 anos, na capital paulista, foi realizada a
primeira transmissão mundial da voz humana e de sons musicais entre dois pontos
através de ondas de rádio.
O autor da façanha foi o gaúcho
Roberto Landell de Moura (1861-1928), o padre Landell. A experiência foi
realizada ligando o Colégio Santana, no alto da colina da rua Voluntários da
Pátria, na zona norte de São Paulo, à Ponte das Bandeiras, sobre o rio Tietê.
Um público selecionado e qualificado presenciou a transmissão: cientistas,
empresários e a imprensa. Tempos depois, o padre-cientista repetiria o
experimento, desta vez entre o alto de Santana e a avenida Paulista.
Nessa mesma época, o italiano
Guglielmo Marconi já havia feito uma transmissão de telegrafia sem fio (1895),
inaugurando a era wireless. Mas, entre o invento de Landell e o de Marconi
existia uma diferença fundamental: a voz humana. O aparelho de Marconi
transmitia apenas sinais em código Morse (pontos e traços). O de Landell era o
rádio tal como o conhecemos nos dias de hoje.
Apesar da exibição inédita de uma
“tecnologia do futuro”, o Padre Landell não recebeu apoio financeiro. Nem mesmo
quando patenteou suas invenções no Brasil (1901) e nos Estados Unidos (1904)
conseguiu os recursos que lhe permitiriam comercializar e industrializar o
rádio.
Na cerimônia de abertura dos Jogos
Pan-Americanos, em Toronto, no último dia 10 de julho, transmitida em rede de
televisão, o Cirque du Soleil rendeu uma homenagem ao físico canadense Reginald
Fessenden. Para o Canadá, Fessenden é o “Pai do Rádio” porque ele fez uma
transmissão de voz sem fio em dezembro de 1900. Padre Landell antecipou-se a
Fessenden.
Fonte: Portal dos Jornalistas
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